Fisioterapia Aquática em UTI Neo-Pediátrica

A água é um dos meios de cura, um veículo de calor ou frio para o corpo que quando em contato com o mesmo, libera ações sobre o aparelho circulatório, produzindo efeitos de regularização do calor corporal. As reações da aplicação da água são três: nervosa; circulatória e térmica.

Por hidroterapia entende-se o tratamento pela água sob suas diversas formas e a temperaturas variáveis.

A hidroterapia tem sido utilizada como uma modalidade terapêutica tradicional por profissionais de saúde em uma ampla variedade de condições médicas. Historicamente, a água vem sendo altamente eficaz nos programas de reabilitação por fisioterapeutas como de exercícios em tanques específicos de hidroterapia ou em piscinas aquecidas. Mas o que ainda não é bem difundido é que esta técnica também é utilizada nas UTI´s Neo-Pediátricas. Pesquisas recentes afirmam ser uma atividade saudável e de prevenção que pode ser praticada no período neonatal e pediátrico, em pacientes estáveis sob orientação científica e com o uso de padronização, procedimentos técnicos de proteção e protocolos médicos.

O ambiente de UTI torna-se um fator de grande stress para os pacientes, gerando nos bebês uma sobrecarga sensorial que pode trazer danos ao desenvolvimento neuropsicomotor.

Antigamente era dito que os bebês prematuros não tinham a capacidade de percepção da dor. Hoje, já comprovado o contrário, sabe-se que a dor não tratada nestes indivíduos, pode trazer efeitos deletérios como: alterações metabólicas, elevação de níveis de hormônios circulantes (cortisol), alterações de sono e vigília, alterações comportamentais, suscetibilidade a infecções, alterações do fluxo sanguíneo cerebral e hipóxia.

A terapêutica para a dor presente na rotina hospitalar acaba sendo o uso de analgésicos. No entanto, dependendo do tipo de medicação utilizada, a mesma pode aumentar o tempo de internamento, gerando assim, custos hospitalares altos.

Pesquisas indicam que técnicas de banho podem promover tanto a redução do choro e da angústia como a melhora do comportamento e qualidade do sono. Já a estimulação tátil e cinestésica, por sua vez, tem mostrado efeitos benéficos na redução da dor.

Sendo assim, somando-se as duas situações, é possível, então, usufruir da hidrocinesioterapia ou fisioterapia aquática.

Nestes casos, a fisioterapia aquática é bem-vinda, uma vez que para realizar o procedimento, são necessários apenas o recipiente (o furô, balde ou tummy tub) e o líquido vital aquecido (água à uma temperatura média de 38°C).

Toda a terapêutica é realizada com os bebês que se apresentam estáveis hemodinamicamente, com o ambiente aquecido e com a prática das mãos do fisioterapeuta.

Os resultados dos estudos mostram que a técnica mostra-se efetiva e segura para reduzir os sinais de dor e melhorar a qualidade do sono de bebês nas UTI´s Neo-Pediátricas, podendo, quando bem indicada, ser utilizada como um método não farmacológico para o alívio de dor e para a melhora da qualidade e do tempo de sono profundo, contribuindo com os princípios multidisciplinares de humanização em UTI infantil.

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Por:
Dra. Juliana Thiemy Librelato
Fisioterapeuta Especialista em UTI
Fisioterapeuta Especialista em Neo-Pediatria
Fisioterapeuta da PROFISIO Assistência Fisioterápica

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