Esclerose Lateral Amiotrófica e a Fisioterapia

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa de caráter progressivo do sistema nervoso central, tendo sua ação nos motoneuronios superiores e inferiores e evolui causando atrofia progressiva da musculatura respiratória e dos membros, podendo estar ou não associada de sintomas de origem bulbar como disartria e disfagia. Apesar de os portadores dessa doença terem uma sobrevida media de 2 a 5 anos, já se tem relatos de grupos de pacientes com mais de 1 década de evolução.

O tratamento desses pacientes tem por finalidade contribuir na melhora da qualidade de vida, para isto, exigi-se uma atenção multidisciplinar eficaz, onde a fisioterapia esta impreterivelmente inserida e se manterá presente e atuante durante todo o processo de evolução da doença, tendo sua conduta principalmente baseada no quadro clinico atual do paciente e na prevenção ou tardeamento de complicações futuras.

O tratamento fisioterapêutico dos portadores de ELA visa a manutenção da amplitude de movimento, manutenção do tônus muscular ainda existente objetivando a prevenção de complicações decorrentes do desuso e da lesão propriamente dita, evitando ainda possíveis quadros álgicos e edemas. A prevenção de complicações respiratórias deve estar associada ao programa de tratamento estabelecido para o paciente, tendo em vista a prevenção de áreas de atelectasias, de hipoventilação e hipóxia, para tanto os exercícios respiratórios reexpansivos devem estar associados a terapia.

A utilização de recursos auxiliares tais como órteses, tornozeleiras, antiequino, andadores, talas, podem se fazer necessários conforme a progressão da doença como plano para otimizar a realização das atividades de vida diária. A ventilação mecânica não invasiva e por conseguinte invasiva também tornar-se-á necessária nas fases mais críticas da doença.

Por fim, enfrentar um prognóstico de morte acarreta ao paciente um turbilhão de emoções e sentimentos que pode ocasionar dentre outras complicações a depressão, que por sua vez poderá acelerar o processo de evolução da doença. Portanto o apoio familiar e de toda equipe multiprofissional se faz necessário para uma melhor adesão ao tratamento e consequentemente o adiamento dos sintomas.

 

Por Francielen Stedile
Graduação em Fisioterapia Hospitalar
Pós graduada em Fisioterapia Neurofuncional e Dermato funcional.
Fisioterapeuta sócia na empresa PROINC.

Bruna Marques da Silva
Pós graduada em Fisioterapia Cardiorrespiratória e graduanda em Fisioterapia Neurofuncional
Fisioterapeuta na empresa PROINC.

Mariane Dorea
Pós graduada em Terapia Intensiva
Fisioterapeuta na empresa PROINC

 

Referência:

https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/8505

Revista Neurociências V14 N2 (supl-versão eletrônica)