IMPACTO DE UM PROTOCOLO DE TERAPIA MANUAL OSTEOPÁTICA SOBRE A MECÂNICA RESPIRATÓRIA DE PACIENTES SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA

Efeitos de um protocolo de terapia manual osteopática em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva na modalidade PSV

Aprovados na Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva – Treinamento em Serviço

 

Confira a lista dos aprovados no processo seletivo do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Fisioterapia em Terapia Intensiva – Treinamento em Serviço na Unidade de Curitiba/PR

(Fev/2022):

1º – CAROLINE KOCHINSKI ZIELINSKI
2º – PRISCILLA CAROLLINE SILVA CAPANA
3º – BEATRIZ LARISSA CAMARGO DOS SANTOS
4º – KATHLEEN WEBBER DE SOUZA
5º – ALANA SILVA CANDIDO
6º – ANA PAOLA CARNIEL
7º – SARA PEREIRA BARROS
8º – POLIANE DOMINGOS DE OLIVEIRA
9º – FELIPE MATEUS RIBEIRO
10º – LIDIANE DA LUZ TEIXEIRA
11º – JOYCE LOHANA SILVA DOS SANTOS
12º – LAYSLA DE FREITAS SOUZA DA CRUZ
13º – MARIA PAULA BRANDO JESS
14º – MARINA TREVIZAN FERNANDES
15º – HELENA RODRIGUES DE FRANCA
16º – GUILHERME FRANCISCO MARTINS DE PAULA
17º – EVELYN PAULA SILVA SANTOS
18º – LISANDRA MOREIRA
19º – CAMILA ALELUIA QUIADOSO
20º – STEPHANY VENTRE DE OLIVEIRA
21º – TATIANE CRISTINA PAES NERIS DE OLIVEIRA
22º – PAULA CINTIA BRITO CUNHA LEAL

 

A PRÓFISIO PARABENIZA TODOS OS
APROVADOS E DESEJA UMA CARREIRA DE MUITO SUCESSO!!! 

 

OBSERVAÇÕES:

  • Todos os aprovados terão bolsa de 100% no Treinamento em Serviço; os 20 PRIMEIROS alunos classificados possuem bolsa de 100% e auxílio estudantilLUGARES 21º E 22º possuem bolsa 100% porém SEM o auxilio estudantil
  • Início do Treinamento: 07 de Fevereiro de 2022 às 14h
  • Local: Faculdade Inspirar, onde será apresentado o manual do aluno e a escala nos locais do treinamento em serviço.
  • Os alunos deverão trazer os seguintes documentos:
    • Cópia autenticada do RG ou Carteira Profissional;
    • Cópia autenticada do CPF;
    • Cópia autenticada do Diploma de graduação;
    • Cópia do Comprovante de Residência atual;
    • 1 Foto recente 3X4
    • Cópia da Carteira de Vacinação;
    • Cópia da Carteira do Crefitto 8
  • Toda documentação deve ser enviada para o e-mail – suzana.cruz@inspirar.com.br  com cópia para a coordenação anapaulacpp@ gmail.com.

Realidade virtual reduz em 30% custos de internação no Hospital Público Galileu

Projeto com o uso de óculos 3D é aplicado em pacientes de traumas e em com sequelas da covid-19, ajuda a relaxar e, em alguns, até elimina a dor

 

Paciente do Hospital Público Galileu, em Belém, faz sessão de fisioterapia com recurso da tecnologia da Realidade Virtual (RV)

Do leito de um hospital aos cenários mais paradisíacos do mundo. É assim que os pacientes do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), localizado na Grande Belém, fazem as sessões de fisioterapia para o tratamento de diversos traumas, inclusive, para pessoas com sequelas da covid-19. A terapia é aplicada com o recurso da tecnologia da Realidade Virtual (RV), que teletransporta os usuários do leito, às belas praias, caminhadas em florestas tropicais ou até mesmo, para um passeio num dos cartões postais mais conhecidos do Globo, como a torre Eiffel, em Paris. E tudo isso, por meio de óculos 3D.

A ferramenta inovadora usada no Galileu, hospital de referência de traumas do Governo do Estado do Pará, traz uma redução de até 30% nos custos hospitalares, além da maior adesão do tratamento ao paciente. A tecnologia que passou a ser usada desde julho deste ano na unidade, possibilita a reabilitação de pessoas com distúrbios do movimento e do equilíbrio postural. “O tratamento com a realidade virtual iniciou há 4 meses, após o hospital finalizar os atendimentos dos pacientes com a covid-19.  O objetivo deste incremento no tratamento é a adesão maior dos pacientes para a fisioterapia e a diminuição da percepção de dor nas pessoas com algum tipo de sequela”, explicou Alexandre Reis, diretor executivo do Hospital Público Estadual Galileu.

Atualmente, cerca de 15 pessoas fazem o tratamento com o recurso da tecnologia na unidade, sendo que esta demanda é de acordo com o número de pacientes internados na instituição com indicação para a reabilitação do recurso. “O projeto é de baixo custo e além disso, reduz em até 30% o tempo de internação da pessoa na unidade, consequentemente, a queda no mesmo percentual no custo da internação hospitalar, com um ganho imensurável na recuperação dos pacientes”, observou o gestor.

 

A tecnologia da Realidade Virtual (RV) ajuda o cérebro a reconectar as áreas de estímulo, promovendo relaxamento no paciente

Tratamento – O autônomo Jorge Nazareno, de 66 anos, nunca pensou em conhecer as paradisíacas praias das águas do Lago Michigan, em Chicago, nos Estados Unidos, e menos ainda, durante uma internação hospitalar. “Nossa, nunca pensei em conhecer um lugar tão bonito através de óculos e numa cama de hospital”, brincou. “Usar esses óculos me levaram a passear na beira da praia e sair dessa cama sem dar um passo. Isso é incrível”, disse.

O paciente está na unidade há um mês, tratando um trauma na perna direita. Ele caiu da motocicleta e fraturou o membro. Antes do acidente, Jorge leva uma rotina bastante agitada e não vê a hora de seguir a vida novamente. “Sinto muita dor e fazer a fisioterapia normal, é ainda mais dolorido, já que não há nada para distrair. Isso é muito importante para ser falado, já que, não sabemos se um hospital particular, eu teria tantos recursos. O Governo está de parabéns!”, agradeceu o autônomo.

Quem também está se dedicando para voltar mais rápido para casa, é a autônoma Luciene Santos, de 26 anos. Ela, assim como o seu Jorge, caiu de motocicleta e fraturou a perna. “Foi muito dolorido e tem sido esses dias aqui. Mas sei da importância da fisioterapia.  Estar fazendo o tratamento, como se eu tivesse em Paris, é o melhor que eu poderia querer”, sorriu. “Estou aqui há dez dias, e já estou com alta médica prevista, vou me dedicar mais, pedalar mais, fazer tudo certinho pra eu sair mais rápido possível”, comemorou.

Recuperação –  A Realidade Virtual (RV) é um ambiente — gerado por meio de um computador — com cenas e objetos que parecem reais, fazendo com que os usuários se sintam imersos nessa realidade, de fato, durante o uso do recurso tecnológico. Esse ambiente é percebido através de óculos com a tecnologia 3D.

O fisioterapeuta Paulo Vitor da Nóbrega, responsável técnico do serviço de fisioterapia do Galileu, garante que o método mostrou uma significativa adesão ao tratamento dos pacientes, além da melhora do quadro clínico destes. “Todos os pacientes são elegíveis para realizar exercícios fisioterapêuticos com os óculos de realidade virtual desde que não apresentem lesões em face que impossibilite de utilizar os óculos de realidade virtual e que apresentem nível de consciência satisfatório”, detalhou.

Na unidade, até pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), já tiveram a oportunidade de aderir ao tratamento. “O método é uma ferramenta que diferencia a fisioterapia tradicional. Por isso, ele pode ser usado no tratamento de diversas patologias, desde que o paciente esteja orientado. Mesmo em casos de fraturas graves, as chances de recuperação total aumentam após a fisioterapia”, finaliza o especialista.

Projeto – O recurso da realidade virtual está acoplado ao Projeto de Gameterapia, usado desde 2015 no Galileu, que é um hospital público administrado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia- ISSAA, em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Para o secretário de Saúde do Pará, Rômulo Rodovalho, a inclusão de mecanismos de entretenimento na medicina moderna é um caminho cercado de propostas de crescimento. “A ferramenta, sem dúvida, traz um crescimento promissor para a saúde pública. Além de reduzir custos com tempo de hospitalização, ele tem como principal finalidade, ampliar o envolvimento dos pacientes e ajudar na recuperação mais rápida e menos dolorosa”, destacou o titular da pasta.

 

REFERÊNCIAS:

Texto de Roberta Paraense

Por Governo do Pará (SECOM)

Método Pilates: uma alternativa para evitar a dor lombar em tempos de “home office”

A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) impôs novos hábitos para a população mundial, conduzindo grande parte das pessoas a trabalhar em domicílio, também chamado de “home office”.

Esse novo estilo de trabalho, que pode ser visto como confortável para alguns, também é visto como um risco a saúde para outros.

A falta de mobília adequada para desempenhar a função em casa, somado ao estilo de vida sedentário que acabou se impondo, pode levar ao aparecimento de dores corporais.

A região lombar, porção mais baixa da coluna, tende a ser a mais acometida e estima-se que a dor nessa região ocorra em aproximadamente 80% da população ativa ao longo da vida.

Os fatores de risco estão associados a posições estáticas prolongadas e inadequadas, redução da mobilidade dos seguimentos espinhais e diminuição da atividade e resistência dos músculos profundos do tronco, em especial transverso abdominal, oblíquo interno e multífido.

Considerado um problema de saúde pública, a dor lombar está entre as principais doenças que estão diminuindo a qualidade de vida da população global.

Do ponto de vista psico-emocional, a dor lombar vem acompanhada por estresse e pode levar a ansiedade, ao mau humor, além de comprometer o rendimento profissional.

Metodologia Pilates

Atualmente existem diversas abordagens utilizadas para controlar e tratar a dor lombar, dentre elas o método Pilates, que tem se difundido rapidamente.

Os princípios que regem a filosofia e os exercícios deste método são: Concentração, centralização, precisão, respiração, controle e fluidez.

Assim, por ser capaz de atingir os músculos profundos dos seguimentos da coluna lombar e da cintura para ganho de estabilidade, o Pilates destaca-se entre as demais modalidades, já que na maioria das vezes, os programas tradicionais de exercícios fortalecem os grandes músculos superficiais e não estabilizam os músculos profundos, levando ao reaparecimento da dor lombar.

Procurado, não só como forma de reabilitação, mas também como de prevenção, os principais benefícios do método Pilates descritos atualmente são: controle e melhora da dor e capacidade funcional; flexibilidade; força muscular; equilíbrio e, consequentemente, melhora na qualidade de vida.

Recentemente um programa projetado para o controle de dor lombar em pessoas que atuam em trabalho sedentário (SIPAVICIENE, KLIZIENE; 2019), testou uma série de exercícios baseados no método Pilates divididos em dois grupos: exercícios de estabilização e exercícios de fortalecimento.

Após 20 semanas do programa de exercícios, ambos os grupos obtiveram resultados satisfatórios na diminuição da dor lombar.

O grupo que realizou exercícios de estabilização, no entanto, manteve seu efeito por mais tempo (3 vezes mais) quando comparado ao programa de exercícios de fortalecimento.

Alguns exercícios deste programa (SIPAVICIENE, KLIZIENE; 2019) podem facilmente ser reproduzidos e inseridos em algum momento do trabalho em casa, como por exemplo:

Spine curl (Figura 1)

Deitado sobre um tapete, manter joelhos dobrados e pés firmes no chão, braços estendidos ao longo do corpo. Inspirar na posição inicial e expirar ao mesmo tempo que eleva quadril do chão realizando movimento de rolamento de vertebra sobre vertebra. Descer coluna e quadril de forma que o bumbum seja a última parte a chegar ao chão, realizar de 8 a 16 repetições (*).

Figura 1: Spine curl

Fonte: Sipaviciene, Kliziene (2019)

Roll down (Figura 2)

Deitado, esticar os braços acima da cabeça e manter os ombros baixos. Inspirar ativando os músculos pélvicos e abdominais e expirar, esticando os braços para a frente, elevando a cabeça e levantando do tapete com as costas arredondadas, rolando uma vértebra de cada vez, realizar de 8 a 16 repetições (*).

Figura 2: Roll down

Fonte: Sipaviciene, Kliziene (2019)

Hundred (Figura 3)

Deitado no tapete com as pernas pressionadas uma contra a outra. Durante a expiração, a cabeça e ombros se elevam, braços ao longo do corpo e as duas pernas levantadas do tapete até a altura desejada. Os braços realizam o bombeamento (batidas de braço) por 100 vezes. Inspirar em 5 batidas de braço e a expirar em 5 batidas de braço. Abdominais ativos e costas permanecem apoiadas no tapete, realizar 100 bombeamentos com os braços (*).

Figura 3: Hundred

Fonte: Sipaviciene, Kliziene (2019)

Mas lembre-se: antes de fazer exercício por conta própria, é importante buscar orientação de um especialista para garantir a eficácia da execução e prevenir eventuais problemas que possam surgir, se praticado de forma errada. Diversos profissionais estão utilizando esse momento de distanciamento social para passar dicas de exercícios que podem ser feitos com pouca ou nenhuma adaptação dentro de casa.

Descubra que tipo de exercício te agrada, busque orientações e se mantenha ativo, além de fazer bem para o corpo, te ajudará também no aspecto mental.

O exercício intitulado como “Roll Down” tem apresentação na literatura referente ao método Pilates como “Roll Up”.

Uma das diversas formas de progredir o exercício “Spine curl” é realiza-lo com os pés apoiados sobre a borda do acento de uma cadeira. Cuidado para a cadeira não deslizar! Preste bastante atenção no alinhamento do quadril.

Para o exercício “Roll Down” caso encontre dificuldade em realizar o movimento de subida, sugerimos adaptar alguma forma de prender os pés mas caso isso não seja possível, mantenha os joelhos dobrados e pés apoiados no chão no momento da subida, foque no movimento de vertebra sobre vertebra.

Sugerimos uma construção do exercício “Hundred” principalmente para aquelas pessoas que não estão acostumadas a realizar exercício.

Comece com os joelhos e quadris flexionados 90º/90º sobre o tronco e vá progredindo com a extensão das pernas a medida que sentir seu abdomem mais forte, lembrando que quanto mais próximo do chão suas pernas estiverem, haverá maior exigência de estabilização do corpo e de força abdominal, portanto, cuidado! Se sentir dores no pescoço, abaixe a cabeça e mantenha ela apoiada e continue realizando o bombeamento dos braços.

 

Por Vanessa Szczypior
Fisioterapeuta pela Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO).
Fisioterapeuta Prófisio (Hospital de Reabilitação).
Instrutora do método Pilates solo e aparelho.

 

(*). Os exercícios aqui citados foram retirados de um estudo científico, portanto, as imagens e descrições dos exercícios estão conforme a pesquisa.

 

REFERÊNCIAS:

  • Carvalho IAC, Oliveira LC. Benefícios e efeitos do método pilates no tratamento de dor lombar crônica inespecífica: Uma revisão integrativa. Revista Cereus 12: 238-252, 2020. doi:10.18605/2175-7275/cereus.v12n1p238-252.
  • Gobbo S, Bullo V, Bergamo M, Duregon F, et. al. Physical Exercise Is Confirmed to Reduce Low Back Pain Symptoms in Office Workers: A Systematic Review of the Evidence to Improve Best Practices in the Workplace. Journal of Functional Morphology Kinesiology 4, 2019. doi:10.3390/jfmk4030043.
  • Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A, Louw Q, et al. What low back pain is and why we need to pay attention. The Lancet 391: 2356-2367, 2018. doi: 10.1016/S0140-6736(18)30480-X.
  • Kumar SP. Efficacy of segmental stabilization exercise for lumbar segmental instability in patients with mechanical low back pain: A randomized placebo controlled crossover study. North American Journal of Medical Sciences 3: 456-461, 2011. doi:10.4297/najms.2011.3456.
  • Sipaviciene S, Kliziene I. Effect of different exercise programs on non-specific chronic low back pain and disability in people who perform sedentary work. Clinical Biomechanics 73: 17-27, 2019.

Quais são as principais órteses de membros inferiores e suas indicações na neurofuncional?

Sabemos que grande parte da população brasileira é composta por inúmeras pessoas com deficiência (AGNELO e ISMAEL, 2015) e que as doenças neurológicas acometem cada vez mais pessoas ao redor do mundo.

Elas podem se desenvolver antes ou durante o nascimento, como o caso da Paralisia Cerebral, por exemplo, ou se desenvolver no decorrer da vida, como o Acidente Vascular Cerebral, as Distrofias, Lesão Medular, entre outras.

Independente da etiologia, as doenças afetam os sistemas nervoso e neuromuscular (ORTOJUF, 2017).

Nesses pacientes com doenças de acometimento neurológico, podemos usar, como coadjuvante no tratamento de reabilitação, alguns dispositivos auxiliares chamados órteses – do grego, orthosis, que significa orthos = reto/ direito/ correção + sufixo sis = ação, ou seja, ação de endireitar (REZENDE, 2006).

As órteses são aplicadas externamente ao corpo e têm inúmeras funções dentro da reabilitação de pacientes com sequelas decorrentes de doenças neurológicas (ARAÚJO, 2011). Especificamente nos membros inferiores (MMII) as órteses têm alguns objetivos principais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019):

  • Alinhar, prevenir ou corrigir deformidades;
  • Auxiliar, melhorar ou restaurar a mobilidade e função de um membro;
  • Facilita o ortostatismo;
  • Auxiliar na locomoção;
  • Proporcionar marcha funcional.

Mas para que uma órtese tenha um desempenho eficiente e permita resultados satisfatórios, a indicação pelo profissional de saúde (normalmente o Fisioterapeuta) precisa ser correta, bem como, a confecção da mesma deve ser feita por um técnico qualificado. (PINHEIRO, 2018).

As órteses são nomeadas de acordo com o(s) segmento(s) a que se relacionam. Assim, são considerados órteses de MMII desde calçados usados com propósitos clínicos, até as THKAFO – Trunk – Hip – Knee – Ankle – Foot Orthosis, as órteses Tóraco-podálicas (PINTO, 2009, p. 16). As mais utilizadas e suas indicações estão descritas abaixo.

  • Ankle – Foot Orthosis – AFO (Órtese Suropodálica): Indicações: Pacientes com sequelas neuromusculares de origem central ou periférica espásticas e flácidas. Existem vários tipos de AFO, a saber:
  • Supramaleolar (SMO): Com recorte acima dos maléolos, promove estabilidade porém não controla a dorsiflexão e a flexão plantar. Indicações: pacientes com instabilidade e desvios importantes em inversão ou eversão.
  • Dinâmica (Mola de Codeville, Leaf Spring): Permite movimento passivo de dorsiflexão com grande amplitude e limitação da flexão plantar. Indicações: pacientes com lesões periféricas ou paralisias flácidas, como lesão do nervo fibular – “pé caído”.
  • Articulada: Permite alguns graus de dorsiflexão. Indicações: pacientes deambuladores que apresentam movimentos passivos de dorsiflexão e com capacidade para extensão do joelho, seja em sequelas espásticas ou flácidas. Não indicadas: para cadeirantes, uso noturno, pacientes com marcha em agachamento (crouch gait).
  • Rígida (Fixa, Não articulada): Não permite movimentação articular do tornozelo. Indicações: pacientes com espasticidade grave e deformidades já instaladas em equino ou equino varo, bem como, aqueles que deambulam em crouch gait. Também indicada para uso noturno para manter o posicionamento alinhado.
  • Reação ao solo: Tem como principal objetivo a extensão do joelho durante a fase de apoio da marcha. Indicações: pacientes com fraqueza dos músculos sóleo e gastrocnêmio, pacientes diparéticos que têm marcha com flexão de joelho durante a fase de apoio.
  • AFO com estimulação elétrica: Com um sensor sob o calcâneo e os eletrodos de superfície nos músculos dorsiflexores. O sensor é acionado ao perder contato com o solo e a musculatura é estimulada, simulando o controle normal da marcha. Indicações: pacientes com lesões do tipo flácidas ou com discreta hipertonia.
  • Knee – Ankle – Foot Orthosis – KAFO (Órtese Cruropodálica/ Tutor Longo): Pode ser rígida ou articulada, com ou sem apoio isquiático. Restringe os joelhos na direção medial / lateral e hiperextensão. Indicações: pacientes hemiplégicos ou paraplégicos com controle pélvico e controle parcial sobre as articulações do joelho e tornozelo, sequela de poliomielite, lesão medular nível lombar, entre outros.
  • Órtese extensora de joelho (Goteira ou Lona extensora de joelho/ Órtese Cruromaleolar): Feita de lona e barras metálicas. Indicações: paralisia do aparelho extensor, manutenção do joelho em extensão para treino de ortostatismo e descarga de peso e em períodos pós-cirúrgicos. Também indicada para uso noturno para manter o alongamento de isquiotibiais.
  • Hip – Knee – Ankle – Foot Orthosis – HKAFO (Órtese Pélvico-podálica/ Inguino-podálica/ Tutor longo com cinto pélvico): As HKAFO possuem todos os componentes da KAFO adicionados à articulação de quadril e cinto pélvico. Indicações: pacientes com lesão medular acima da coluna lombar, para estabilização de tronco, pouco indicada para marcha, para pacientes que não apresentam controle sobre as articulações do quadril, joelho e do tornozelo. Pode ser adicionada de um componente torácico para pacientes sem controle de tronco. A articulação do quadril pode ser sem trava para pacientes com controle pélvico parcial e, com trava, para pacientes sem controle pélvico.
  • Trunk – Hip – Knee – Ankle – Foot Orthosis – THKAFO (Órtese Tóraco-Podálica): As THKAFO possuem todos os componentes da HKAFO adicionados à uma órtese torácica. (ESTAVA LOMBOSSACRA) Indicações: pacientes sem controle motor das articulações do quadril e MMII, utilizada para ortostatismo. Um exemplo de THKAFO é a RGO (Órtese de Reciprocação/ Mecanismo de Reciprocação) que, além de todos os componentes da THKAFO, permite o avanço do membro simplesmente com a descarga de peso do corpo sobre o lado contralateral. Em outras palavras, à medida que se estende um quadril, o quadril colateral automaticamente entra em flexão. Características: Tornozelos rígidos, hastes laterais rígidas. Indicações: pacientes com paraplegia, como sequela de Lesão Medular e Mielomeningocele.

As órteses acima são aquelas mais utilizadas dentro da reabilitação em neurofuncionalMas, independentemente do tipo de órtese a ser indicada, a prescrição pelo profissional deve estar correta e adequada e a órtese, bem feita pelo técnico ortesista para que, dessa forma, o uso e adaptação sejam mais simples e o processo de reabilitação tenha maior chance de sucesso.

 

Por Adriana de Freitas Sciammarella Carneiro
Fisioterapeuta da Profísio (Hospital de Reabilitação), Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela UNIANDRADE-PR, MBA em Auditoria de Serviços de Saúde pelo IBPEX, Especialista em Osteopatia pelo CBES, Experiência em Órteses/Próteses/Meios Auxiliares de Locomoção.

 

Referência Bibliográfica

Terapia por estimulação vibratória: horizontes de um recurso pouco explorado na Fisioterapia.

A terapia por estimulação vibratória é uma técnica fisioterapêutica que tem como principal efeito a modulação da excitabilidade dos motoneurônios.

Isto ocorre por meio do aumento do influxo aferente final do fuso muscular primário, o que acaba por permitir a contração muscular reflexa, também conhecido por reflexo tônico de vibração.

Apesar de ainda não se tratar de uma prática frequente nos ambulatórios, o uso da vibração na área de reabilitação Neurológica começou a ser estudado em 1880, pelo neurologista francês Jean – Martin Charcot, que observou que os pacientes com doença de Parkinson apresentavam melhora na redução do tremor após passeios à cavalo ou viagens de trem, e como meio de tratamento criou a primeira cadeira vibratória.

A terapia de vibração do corpo inteiro, tem se mostrado capaz de estimular o metabolismo ósseo, evitando o declínio da força óssea e auxiliando também no tratamento da Osteoporose.

Atualmente a forma de aplicação pode ser dividida em segmentar (local) ou global (vibração do corpo inteiro, por meio de uma plataforma).

O recurso é utilizado em várias áreas da Fisioterapia, como na Ortopedia, na Respiratória, na Dermatofuncional, na Neurofuncional.

Sua terapêutica traz como resultado aumento da força e profilaxia da hipotrofia em musculatura afetada, treino de propriocepção, auxílio da higiene brônquica por meio da tixotropia.

Por ativar regiões do sistema nervoso central, quando aplicada em pacientes com distúrbios do movimento como a espasticidade, provoca efeitos de relaxamento e inibição dos episódios espásticos.

 

Protocolos

Por se tratar de uma prática ainda pouco conhecida e utilizada, os protocolos de aplicação variam bastante.

De forma geral, a Frequência da plataforma vibratória é de 20 a 40Hz, Amplitude de 2 a 4mm e duração de vibração de 30 segundos a 20 minutos.

Para estimulação vibratória segmentar podemos dividir pelo objetivo, como: melhora da espasticidade frequência de 60 a 100Hz, amplitude de 0,2 à 2,2mm, podendo ser realizada sobre o tendão ou músculo, com duração de 5 a 30 minutos.

Já para melhora da força muscular a frequência fica entre 10 e 50Hz, amplitude de 0,7 à 14mm, sendo aplicada no músculo fraco por curtos períodos.

Para ajustar os parâmetros, deve-se lembrar que cada organismo responde de modo extremamente específico a suas variações.

 

Caso clínico

Para ilustrar a aplicação na área da neurofuncional, trago um caso de um paciente que apresenta hemiparesia à direita com predomínio braquial, por sequela de um acidente vascular encefálico em artéria cerebral média esquerda.

Neste paciente, poderia ser aplicado a terapia de vibração segmentar no tendão do músculo tríceps braquial, e no tendão dos extensores do punho, com uma frequência de 60Hz, Amplitude de 2, por 5 minutos, com intuito de  reduzir a hipertonia e hiper-reflexia do bíceps braquial e flexores do punho, modulando a espasticidade fazendo com que o paciente consiga controlar melhor seus movimentos, para assim realizar outras atividades propostas na terapia.

Este mesmo paciente, ao realizar a plataforma vibratória, com uma frequência de 30Hz, Amplitude de 2mm, por 3 minutos sendo realizada junto com exercícios de transferência de peso, tem como objetivo melhora da simetria postural e posteriormente melhora da marcha. Vale lembrar que se o interesse for ativação ou controle muscular, pode-se aplicar o estímulo vibratório em conjunto com a tarefa proposta ao paciente. Isso pode potencializar o resultado, acelerando sua recuperação funcional.

Como em outros recursos da Fisioterapia, a terapia por estimulação vibratória apresenta algumas contra-indicações:  para pessoas que possuem implantes metálicos ou sintéticos (marca-passos, válvulas cardíacas, etc); inflamações agudas; infecções ou febre; artrite reumatóide aguda.

Também deve-se ter precauções ao uso em pessoas que apresentem trombose agudas ou agravamento de ataques cardíacos; gestantes; osteoporose; tumores; e vertigem.

Dessa forma, com entendimento das indicações e contra-indicações do recurso, é possível oferecer uma nova opção segura e eficiente para os nossos pacientes. Sem dúvidas, é importante também, estar sempre em acordo com os objetivos terapêuticos, pessoais e funcionais dos pacientes.

 

Por Letícia Wohlgemuth Molenda
Fisioterapeuta Prófisio – Hospital de Reabilitação
Pós graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva – Faculdade Inspirar; Pós graduanda em Fisioterapia Neurofuncional Adulto – Faculdade Inspirar.

 

Referências:

Bacha JMR, Cordeiro LR, Alvisi TC, Bonfim TR. Impacto do treinamento sensório-motor com plataforma vibratória no equilíbrio e na mobilidade funcional de um indivíduo idoso com sequela de acidente vascular encefálico: relato de caso.  Fisioter Pesq. 2016;23(1):111-6.

Beck EG, Neto GNN, Nohama P. Estímulo vibracional na espasticidade – uma perspectiva de tratamento. Rev Neurocienc 2010;18(4):523-530.

Fernandes KR, Oliveira P, Bertolo D, Andrade GN, Matsuda NY, Renno ACM. Efeitos dos recursos eletrofísicos na osteoporose: uma revisão da literatura. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 23, n. 2, p. 271-281, abr./jun. 2010.

Hess D, Nishiwaki J, Liberatori MF, Eichinger FLF, Soares AV. Modalidades de tratamento da espasticidade: Uma revisão da literatura. CAD. EDU SAÚDE E FIS.  2017/1, v. 4, n. 7.

Knaut SAM, Knaut LAM, Carneiro LJ. Estado da arte da estimulação vibratória na fisioterapia neurofuncional. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional; Garcia CSNB, Facchinetti LD, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Neurofuncional: Ciclo 2. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2014. p.9-53 (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1).

Montoro MVP, Montilla JAP, Aguilera EL, Checa MA. El entrenamiento vibratorio como intervención en la sarcopenia: repercusiones en el sistema neuromuscular de los adultos mayores. Nutr Hosp. 2015;32(4):1454-1461.

Pardo EM, Ruiz EM, Alcaraz PE, Arias JAR. Efectos de las vibraciones de cuerpo completo sobre la composición corporal y las capacidades físicas en adultos jóvenes físicamente activos. Nutr Hosp. 2015;32(5):1949-1959.

Pol, Stéphani de. Oscilação mecânica pontual na modulação do tônus muscular de crianças com espasticidade. 76 f. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba-PR, 2018.

Adequação postural e indicação de cadeira de rodas

A cadeira de rodas é um dos dispositivos assistivos mais comumente usados para melhorar a mobilidade pessoal, o que é uma precondição para desfrutar os direitos humanos e viver com dignidade, e ajuda pessoas com deficiência a se tornarem membros mais produtivos de sua comunidade. Para muitas pessoas, uma cadeira de rodas apropriada, bem projetada e adequada pode ser o primeiro passo para a inclusão e participação na sociedade” (OMS, 2012).

Sabe-se que muitas pessoas são usuárias de cadeiras de rodas (CR) por diferentes motivos e diagnósticos variados, entre eles: Paralisia cerebral, Lesão medular, Mielomeningocele, Doenças neuromusculares.

Por isso, a CR deve ser adequada para a necessidade de cada paciente, sempre visando a mobilidade funcional, além do posicionamento adequado com conforto e segurança para o mesmo. Dessa maneira, obtemos uma maior independência funcional.

Existem perfis diferentes de pacientes que necessitam de uma CR, como os mais ativos (ex: pacientes com lesão medular baixa) e aqueles que necessitam de um suporte maior (ex: pacientes com paralisia cerebral tetraparética espástica ou aqueles com uma doença neuromuscular em estágios mais avançados). Sendo assim, a CR pode ter funções distintas, como locomoção e autonomia, bem como, adequação postural e suporte.

A Adequação Postural Sentada ou Seating é entendida como uma órtese móvel (cadeira de rodas) utilizada para propiciar sustentação, retificação, correção ou prevenção de deformidades (BOBATH, 1989 apud OLIVEIRA, 2014). Essa órtese é uma intervenção em assento, encosto, apoio de pés, braços e cabeça e outros recursos para aqueles indivíduos que passam a maior parte do seu tempo sentado e que dependem desses sistemas para posicionamento, funcionalidade e mobilidade.

Falando em Adequação Postural, segundo Oliveira et al (2014), define-se postura ideal como sendo o controle das forças que sustentam e conduzem o corpo sem sobrecargas, com a máxima eficiência e o mínimo de esforço. Por esse motivo, a maioria das pessoas com deficiências neuromotoras necessita de recursos assistivos para manter a postura ideal em sistemas de mobilidade, como a CR.

O ponto de início da Adequação Postural em CR é estabilizar a pelve do paciente. Uma pelve bem posicionada, sem ante ou retroversão ou rotação e obliquidade, contribui para a estabilidade, segurança, conforto e funcionalidade do paciente.

Mas antes de ser trabalhada a Adequação Postural é importante que o paciente tenha uma CR bem indicada. Para indicar uma CR adequadamente, o profissional especializado (normalmente o Fisioterapeuta ou Terapeuta Ocupacional) precisa realizar a anamnese e uma avaliação física detalhada, bem como, mensurar o paciente, a fim de coletar as informações necessárias para prescrição da CR.

Na anamnese, existem algumas informações importantes a serem verificadas pelo profissional:

  • dados pessoais do paciente,
  • diagnóstico e condições físicas,
  • estilo de vida,
  • informações da cadeira de rodas atual (caso já utilize).

Na avaliação física, também existem informações necessárias para a prescrição. A saber:

  • como o paciente faz impulsão da CR,
  • se há presença, risco ou histórico de úlceras/feridas e regiões,
  • medidas do paciente.

Com base em todos esses dados obtidos, o profissional vai fazer a prescrição da CR adequada ao paciente.

Existem vários tipos de acessórios que podem ser indicados para manter o alinhamento, a adequação postural, o conforto e a segurança. Alguns deles são bastante utilizados:

  • apoio cervical,
  • apoios/estabilizadores de tronco,
  • apoios/estabilizadores de quadril,
  • cintos,
  • abdutor de membros inferiores ou cavalo,
  • adutor de membros inferiores,
  • contra extensor de joelhos,
  • apoio de pés,
  • assento,
  • almofadas para assento,
  • encosto,
  • rodinhas antitombo,
  • aro de propulsão,
  • sistemas de inclinação e tilt,
  • mesa de atividades etc.

A ideia é conseguir a maior independência possível com conforto, segurança, estabilidade e adequação postural, utilizando a menor quantidade de acessórios para esse fim.

Porém, é necessário estar atento pois o equipamento é adequado por um período determinado. A sua eficácia pode ser perdida com o passar do tempo, devido ao crescimento do paciente, às mudanças no quadro clínico, à uma demanda ortopédica, bem como, a outros fatores relacionados com o desenvolvimento (WRIGHT, CASEY, PORTERARMSTRONG, 2010 apud CAMPOS, 2013). Por esse motivo, o acompanhamento de um fisioterapeuta/ Terapeuta Ocupacional com conhecimento e experiência nessa temática é fundamental.

Permitir pessoas com deficiência a conseguirem independência diária e uma melhor qualidade de vida requer uma coisa acima de todas as outras: olhar para os desafios diários a partir da perspectiva das pessoas com deficiência, a fim de trabalhar em parceria com os terapeutas, pacientes e familiares para desenvolver a melhor solução possível para atender às necessidades de cada indivíduo (OTTOBOCK, 2019).

 

Por Adriana de Freitas Sciammarella Carneiro
Fisioterapeuta da Profísio (Hospital de Reabilitação), Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela UNIANDRADE-PR, MBA em Auditoria de Serviços de Saúde pelo IBPEX, Especialista em Osteopatia pelo CBES, Experiência em Órteses/Próteses/Meios Auxiliares de Locomoção.

Referência Bibliográfica