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Fisioterapia pélvica no ambiente hospitalar

O fisioterapeuta é o grande responsável pela manutenção da funcionalidade que é dependente da mecânica/fisiologia muscular.

Proporcionar o máximo de independência nas atividades de vida diária é a preocupação da fisioterapia e isso se inicia ainda no internamento da UTI ou na enfermaria de um hospital, visando facilitar a vida dos pacientes, de seus cuidadores e familiares.

A Fisioterapia Pélvica envolve o estudo, prevenção e tratamento dos distúrbios cinético funcionais na pelve, com destaque para as disfunções pélvicas, anorretais, urinárias em mulheres, homens e crianças.

A musculatura do assoalho pélvico é responsável por sustentar órgãos dentro da cavidade abdominal. Atua durante as atividades sexuais e parto, faz a continência urinaria e fecal.

No entanto a alteração dessa musculatura, por hipo ou hiperatividade, incoordenação, fraqueza, encurtamento, distúrbios de fáscias, complacência ou contratura, pode acarretar em redução nas funcionalidades.

Frequentemente as alterações do assoalho pélvico em nossos pacientes são observadas com quadros de incontinência urinária, incontinência fecal e constipação intestinal.

Mas não é contraditório pensarmos em ganhar equilíbrio, marcha (capacidade de caminhar), controle de tronco, coordenação, força muscular e esquecermos de uma musculatura capaz de proteger o rim?

A dissinergia dos músculos do assoalho pélvico, ou seja, a sua incoordenação, faz com que a musculatura que deveria relaxar para a urina sair seja contraída. Essa incoordenação possibilita a ocorrência do refluxo vesico ureteral que é justamente a urina que está na bexiga retornar para o rim.

Isso é preocupante, pois pode acarretar no aumento de casos de infecções urinárias e de lesões renais que faz com que o tempo de internação seja prolongado ou até mesmo eleve o número de reinternações.

Ao deixar de iniciar precocemente o tratamento do assoalho pélvico, podemos atrasar o processo que irá promover ao paciente qualidade de vida da mesma forma que quando pensamos em trabalhar o ganho de marcha e equilíbrio.

Sabemos da dificuldade de promover a fisioterapia precoce e as barreiras que teremos que enfrentar para que os cuidados com o assoalho pélvico sejam integrados no processo de reabilitação, entretanto, somente avaliando de maneira ampla começaremos a pensar na reabilitação por completo dos pacientes assistidos dentro do ambiente hospitalar.

 

Por Leriane Leuzinski
Fisioterapeuta
Especialista em Fisioterapeuta Pélvica
Especialista em Terapia Intensiva
Coordenadora do Serviço de Fisioterapia Intensiva do Instituto de Neurologia de Curitiba